Trabalhos diversificados e gastronomia africana integraram a exposição

O Dia Nacional da Consciência Negra é lembrado, no Brasil, em 20 de novembro e incluído no calendário escolar. Mas, em Hulha Negra, a data já começou a ser trabalhada nas escolas Monteiro Lobato, Auta Gomes e Nova Esperança, da rede municipal.
A atividade surgiu por meio de uma iniciativa da Secretaria de Educação do município. Ao Tribuna do Pampa, a secretária de Educação Adriana Delabary, afirmou que o projeto surgiu da necessidade de abordar o tema em outras datas e não só na data, em novembro. “O tema consciência Negra estava ficando para se trabalhar somente em 20 de novembro e isso nos deixava preocupados, pois penso que temos temas suficientes para se trabalhar durante todo o ano e qualquer turma. A partir daí, convidei a professora Adriana Mendes, titular de Arte, para elaborar um projeto envolvendo todas as escolas do município. Ela se sentiu desafiada, preocupada, mas se saiu muito bem”, disse a secretária relembrando que “estão sendo abordados temas pertinentes e influentes que fazem parte da cultura brasileira.
A professora Renata Figueiredo reforçou que a ideia do projeto é trabalhar a consciência negra durante todo o ano e não apenas em novembro como de costume. A atividade contou com a exposição de desenhos, pinturas, livros, brincadeiras típicas, ervas medicinais, músicas e máscaras representando a cultura afro, todos elaborados pelos alunos e sob orientação das professoras responsáveis pelas turmas. Ainda marcou a data, uma degustação de pratos afro-brasileiros, como mungunzá, quibebe, angu, feijoada, farofa e salada de frutas.
Questionada pelo jornal acerca do engajamento dos alunos e dos resultados, Renata disse ter sido muito positiva. Ela ainda explicou que a exposição é o resultado dos trabalhos do primeiro semestre e uma proposta para o decorrer do ano letivo. “Houve a participação efetiva dos alunos de todas as turmas que trabalharam nesse projeto- da pesquisa a parte prática. Durante a exposição pode-se perceber entusiasmo tanto dos que estavam ali apresentando ou servindo os pratos típicos, quanto dos alunos que foram prestigiar. O resultado desta primeira etapa do projeto foi muito positiva pelo envolvimento de todos e por ser uma oportunidade de debate e conhecimento da cultura afro”. A professora ainda destacou o contato dos alunos com a biblioteca. “Além da exposição e apreciação dos trabalhos houve também uma movimentação positiva na biblioteca do município, os alunos tiveram contato com o acervo que está à disposição da comunidade”.
Já a professora Adriana Mendes, destacou a integração entre os professores. “Este é um trabalho interdisciplinar onde pude contar com o apoio dos demais colegas. Não houve resistência em trabalhar o tema. Cada turma definiu seu trabalho, adaptando a sua realidade. Foram ótimos resultados e quem não conseguiu participar agora, irá participar do próximo”, relatou a professora. Ela ainda falou sobre a importância, para ela, de estar a frente do Consciência Negra. “Sou negra, afrodescendente e pra mim representa tudo. Sei o que é ser negro na sociedade, tudo que pode e não pode. Estar engajada neste tema representa força, garra, identidade”.

Fonte: TP

Data de publicação: 02/06/2022

Créditos: TP

Créditos das Fotos: Divulgação

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