Dezenas de casas ficaram alagadas, principalmente nas ruas Laudelino Costa Medeiros, Serafim dos Santos e Josemar Games, próximas a nova ponte, inaugurada em dezembro de 2018 e da praça Manda Brasa.

A Sanga da Olaria, que corta a sede do município de Hulha Negra novamente não suportou a grande quantidade de chuvas em pouco tempo e transbordou no final da tarde e início da noite de terça-feira (15). Dezenas de casas ficaram alagadas, principalmente nas ruas Laudelino Costa Medeiros, Serafim dos Santos e Josemar Games, próximas a nova ponte, inaugurada em dezembro de 2018 e da praça Manda Brasa. A residência de um idoso que sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) recente, foi monitorada pela equipe da Defesa Civil, pois caso a água, que atingiu cerca de 30 centímetros de altura no interior não baixasse, talvez seria necessária a utilização de uma ambulância para a retirada do idoso. A equipe de reportagem do TP esteve no local e acompanhou um pouco da ação da Secretaria de Obras, que junto com a coordenação da Defesa Civil, que tem a frente o vice-prefeito e secretário de Saúde Igor Canto, abriu valas na tentativa de amenizar o problema e proporcionar o escoamento da água. Preocupados com a situação, vereadores e os secretários de Administração, Planejamento e Meio Ambiente, Hector Bastide e de Assistência Social, Elizete Brasil, também se fizeram presentes para verificar as condições da população. O alagamento na área urbana foi o segundo registrado em uma semana, porém, segundo os moradores, de maiores proporções nesta semana. Conforme o morador da rua Laudelino da Costa Medeiros, próximo a ponte, Getúlio Luiz, a água entrou pelos fundos da residência e encanamento do banheiro. Na tentativa de bloquear a passagem da água, tijolos foram utilizados na entrada da residência. “Moro há 22 anos aqui e há muitos anos não presenciava essa situação. Se continuar desta forma terei que me mudar”, relatou ao TP. A moradora da rua Serafim dos Santos, Larissa Pimentel, teve a residência alagada pela segunda vez na semana. Nas redes sociais, ele fez um desabafo. “O que mais me indigna é ver um monte de gente falando que enchentes não são ‘novidades’, realmente elas não são, mas eu moro aqui nessa casa há 22 anos e nunca tinha visto o que vimos ontem. E não adianta dizerem que foi muita chuva, porque eu já vi muita chuva, já vi chover uma noite inteira, já vi temporal e já vi outras enchentes, mas nenhuma delas tinha feito isso, duas vezes em menos de uma semana, e dessa vez foi pior. Meu pai mora nessa casa há mais de 30 anos e também nunca tinha passado pelo que estamos passando. Não acredito que não tenha nada de errado que esteja fazendo toda essa água vir para nossas casas. Antes que alguém venha defender a Prefeitura, eu não estou falando que a culpa é deles, só que tem algo errado. Eu vi um pátio seco se tornar um rio em questão de minutos, eu vi toda aquela água vir para cá e nada que eu fizesse adiantaria. Não é fácil ver suas coisas estragando, fico só pensando nas pessoas de outras cidades que perderam tudo e tiveram suas casas até o teto de água. Muito triste isso. Ontem por alguns segundos pensei que aquela água não iria parar de subir”, relatou. Atuante na tentativa de auxiliar a comunidade, o vice-prefeito e coordenador da Defesa Civil em Hulha Negra, Igor Canto, mostrava surpresa com o alagamento na sede daquelas proporções. “Nunca vi uma situação parecida aqui em Hulha”, disse à nossa reportagem.
 
EMERGÊNCIA – Na terça-feira (15), uma equipe do Executivo iniciou um levantamento fotográfico e análise dos estragos causados nas estradas e de acordo com o secretário de Obras, Wagner Tavares, o município deveria decretar Emergência. Até o fechamento desta edição o documento ainda não havia sido concluído e em contato com o coordenador da Defesa Civil, Igor Canto, ele informou que a preocupação era com novas instabilidades previstas. “Provavelmente o decreto será emitido, a situação da produção leiteira está bastante complicada, as estradas estão intransitáveis, principalmente os corredores de acesso a propriedades, mas sem uma estiagem nas chuvas, agora que os maquinários passaram por reparos, não é possível trabalhar. Por enquanto temos que aguardar”, disse Canto.
 
DRAGAGEM – A Sanga da Olaria corta o município e é através dela que ocorrem os principais problemas de alagamentos. Para amenizar o problema, de acordo com o Canto, está prevista a construção de uma nova ponte em concreto armado na rua Serafim dos Santos, mais larga e que possibilite uma maior vazão de água, assim como a dragagem da sanga. Esta segunda medida foi questionada pelo TP quanto a possibilidade de ocorrer, oportunidade em que o coordenador e vice-prefeito informou que já estava nos planos do Executivo realizar o serviço. “A dragagem era para ter ocorrido no ano passado, porém o maquinário estava sem condições. Agora a máquina poclain já está em condições e a dragagem deve ocorrer em breve”, afirmou.

Fonte: Tribuna do Pampa

Data de publicação: 18/01/2019

Créditos: Tribuna do Pampa

Créditos das Fotos: Silvana Antunes

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